Encontra o teu 'porquê' e transforma o futuro."
Não podemos prever o futuro, mas podemos preparar-nos para ele desenvolvendo habilidades e conhecimentos que nos permitam navegar pelas incertezas.
O sucesso no futuro dependerá da nossa habilidade de pensar de forma criativa e inovadora, desafiando as normas estabelecidas.
A aprendizagem contínua não é apenas uma necessidade, mas uma vantagem competitiva no mundo em constante evolução.
Thomas Geuken

Embarking on a Journey into the Future
Escrutinar
A arte não só reflete a sociedade, mas também a influencia e transforma.
Interrogar
O espírito do tempo, as tendências, as ideias, as imagens, as mitologias que configuram e fazem mover a nossa época.
A busca pela compreensão de como Vivemos, Sentimos, Pensamos e Agimos
Olhar o Tempo
Confrontados com desafios múltiplos e interconectados nas esferas das condições ecológicas, mudanças sociais, fronteiras geográficas, liderança política e estruturas económicas.
Isso nos obriga a descobrir um Novo Propósito



Imagine um mundo
Valerio Olgiati
A filosofia da arquitetura não-referencial, desenvolvida por Valerio Olgiati em colaboração com Markus Breitschmid, propõe que a arquitetura deve ser significativa por si mesma, sem depender de referências externas, históricas ou simbólicas.
Autonomia da Forma: A arquitetura deve ser entendida e apreciada pela sua própria forma e estrutura,
Experiência Direta: A ênfase está na experiência direta do espaço e dos materiais, permitindo que os usuários percebam a arquitetura de maneira pura e imediata.
Inovação e Originalidade: Esta abordagem incentiva a inovação e a originalidade, pois os arquitetos não estão limitados por tradições ou convenções preexistentes.
Universalidade: Ao evitar referências específicas, a arquitetura não-referencial busca criar espaços que possam ser compreendidos e apreciados por qualquer pessoa, independentemente de seu contexto cultural ou histórico.
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Opinião | A Escola e o Futuro
por Gonçalo Quadros
Texto:Gonçalo Quadros 24/09/24
Fotografia: Bruno Miguel
Este artigo de opinião surge na sequência da intervenção realizada por Gonçalo Quadros durante a Cerimónia de Abertura Solene do Ano Letivo do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), no dia 11 de setembro de 2024, na Sala Afonso Henriques, localizada no Convento São Francisco, em Coimbra.
A cerimónia, além de marcar o início oficial das atividades académicas, proporcionou um espaço de reflexão sobre os desafios que o ensino enfrenta, nomeadamente o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas, a importância da inteligência coletiva, os problemas de endogamia no ensino superior, e a necessidade de repensar o modelo educativo com base em práticas inovadoras.
A intervenção pode ser ouvida, na íntegra, no vídeo que aqui partilhamos, entre os minutos 1h12 e 1h45, e oferece uma visão detalhada dos temas abordados.
Opinião | A Escola e o Futuro
Está a crescer de forma alucinante a capacidade da humanidade de produzir conhecimento e tecnologia, e, à mesma cadência, o mundo muda – muito e cada vez mais rapidamente. Este ritmo alucinante da mudança está relacionado com o crescimento estonteante da potência computacional disponível. Se a isso juntarmos a brutal quantidade de dados que a humanidade está a produzir, a tratar, a agregar e partilhar, concluímos que estamos a viver uma revolução que, com certeza, ficará gravada na nossa história. E a questão é: como é que a Escola tem acompanhado esta mudança?
A revolução está bem à vista no ritmo brutal de obsolescência das nossas competências técnicas. Em cada vez mais domínios, as ferramentas, as técnicas, as práticas que utilizamos ficam desactualizadas em muito pouco tempo, e o ritmo a que se desactualizam não pára de acelerar.
Haverá, diria, pela primeira vez na História da humanidade, uma desarticulação entre a escala de tempo em que vivemos e a escala de tempo de utilidade do conhecimento técnico e das ferramentas que produzimos. A escola está hoje a preparar os nossos mais novos para um mundo que não sabe bem o que será daqui a meia dúzia anos. Que Escola – nos seus diversos graus, do básico ao superior – é esta? Está a ser capaz de responder ao desafio que tem pela frente? Não me parece.
Se é verdade que a Escola tem sido a grande alavanca de desenvolvimento da humanidade, também o é que ela existe há muitas, muitas, décadas, sem mudanças de maior. E tal acontece não porque não seja útil, necessário, e possível, mas por acomodação, inércia, ou falta de ambição.
Inteligência colectiva
Precisamos, hoje mais do que nunca, daquilo que trouxe a humanidade até aqui: Inteligência Colectiva. Nada do que tem ambição e é digno de referência é one-person show. Exige um mix de know-how, competências e experiências que não se podem encontrar numa pessoa só, mas em muitas, cada vez mais, pessoas.
Mas falar de inteligência colectiva é falar de muita, muita coisa. É falar:
– Do círculo virtuoso, transparência -> confiança -> partilha, interacção, colaboração;
– De liberdade efectiva de pensamento e de expressão: de espírito crítico, de argumentos e contra-argumentos, de escrutínio – enquanto dever e não enquanto direito;
– Da importância da humildade, e na de sair de cena para dar espaço ao brilho de outros;
– Da necessidade de combater egos, presunção, arrogância – ou os direitos adquiridos na hierarquia social;
– De diversidade, curiosidade, genuína vontade de olhar para o que é diferente;
– De empatia, cumplicidade, generosidade, e, antes de tudo,
– De ética e integridade.
Tudo o que acabo de referir tem um impacto enorme nos mais diversos aspectos e estruturas que fazem parte da nossa vida. Nas empresas, seguramente, mas muito em particular na escola. E existe na Escola? Na Escola de hoje?
Vejamos o caso do Ensino Superior, designadamente em Coimbra e na sua Universidade, que é aquele que conheço melhor. A resposta é: não, não existe. Muito daquilo que é importante para promover a Inteligência Colectiva está em défice, ou não existe de todo, na nossa comunidade académica – o que molda aliás a cultura, mais lata, prevalente em Coimbra.
Endogamia
A principal característica da cultura predominante em Coimbra é a deferência. Há uma submissão castradora ao doutor, ao catedrático, a quem manda – o contrário do que serve a Inteligência Colectiva. Não há no meio académico liberdade efectiva de dizer e fazer. Liberdade de crítica, de escolha, de escrutínio.
O que se pode esperar de um estudante que, depois de uma formação de vários anos, vai trabalhar com quem o formou? Que capacidade tem de dizer que não concorda e experimentar caminhos novos, contra a indicação do seu mestre?
Que estímulos para se tornar melhor pode o mestre receber, quando, com o tempo, o que mais cresce é o número de pessoas que não o desafiam e que passam a trabalhar para ele em vez de com ele?
Há em Coimbra escolas – i.e. faculdades, departamentos – onde praticamente todos os seus professores foram formados na casa – endogamia plena, em resumo. Ao contrário, as melhores escolas do ensino superior por esse mundo fora proíbem hoje tal prática. São inúmeras as evidências do mérito dessa forma de construir escola – que continuam, entre nós, a valer pouco.
O facto de nas nossas escolas a endogamia ser comum não é apenas um muito sério obstáculo ao desenvolvimento de inteligência colectiva – e da qualidade da escola – mas também um catalisador de más práticas, ou mesmo de ilícitos – como o extractivismo intelectual, ou o assédio.
Eu ouço falar dessas práticas desde sempre. Mas sempre, sempre, em surdina. A pergunta é: porque é que este assunto não é discutido abertamente na nossa comunidade, mas apenas pela via do cochicho? Em Coimbra, mesmo quando existem bons motivos para que tal discussão se faça – nomeadamente quando somos colocados no centro do problema – o assunto não é discutido. Não que ele seja muito discutido noutra parte qualquer, mas em Coimbra, nada. Zero absoluto!
Há, em resumo, medo, na nossa comunidade académica. Medo.
Modelo pedagógico
Mas outras questões há que afectam a Escola de hoje e que colocam desafios transversais e globais, isto é, que afectam todos os graus de ensino, em todas as geografias.
Uma dessas questões – que é também uma das principais razões por que importa fazer mudanças – é o regime fortemente prescritivo da escola actual: prescrição ao nível do ritmo (todos ao mesmo passo); prescrição ao nível dos assuntos, das matérias, das abordagens pedagógicas (todos aprendem o mesmo, da mesma forma).
Ora, sabemos bem que quando um estudante tem condições e está disponível para evoluir mais depressa, sentir-se-á normalmente defraudado, frustrado, desincentivado, pelo ritmo lento da escola. Mas quando não tem nada disso, o ritmo da escola será sempre alucinante, arrasador, devastador.
De um lado temos frustração, desincentivo. Do outro, a sensação de que somos pouco dotados, o défice de auto-estima e confiança, que tem tudo para nos condenar e perseguir para sempre. Repito, para sempre.
A estratégia de one-size-fits-all não tem já razão de ser. No meu percurso profissional tenho convivido com projectos que o demonstram bem, como a escola TUMO, nascida há 13 anos em Yerevan, ou a Escola 42, nascida em Paris há 11 anos. TUMO e 42 funcionam ao ritmo de cada um, e ninguém paga o que quer que seja. Ambas se baseiam no aprender fazendo, na interação, partilha e colaboração entre estudantes, na valorização, em resumo, da Inteligência Colectiva.
Tal tem um impacto imenso no desenvolvimento das competências sociais dos mais jovens. Na sua auto-estima, confiança, espírito crítico; na sua curiosidade, capacidade de trabalhar em grupo e resolver problemas – o que é hoje unanimemente considerado decisivo para a qualidade do seu futuro.
5 ideias
Para terminar esta reflexão de forma consequente deixo aqui 5 ideias, 5 medidas, que julgo deverem estar no topo das prioridades de qualquer escola.
1ª Ideia: Não deixar que os maus professores façam caminho na escola.
A profissão de professor é a mais nobre das profissões e não é para todos. Não é bom professor quem quer, e não ser bom professor, não ter essa vocação, acontece, e não é incomum. Nada terá impacto mais positivo numa escola do que um professor inspirador. Nada terá impacto mais negativo do que um professor medíocre. A maturidade de uma escola está sempre bem refletida na forma como lida com uma e outra coisa.
2ª Ideia: Não dar tréguas ao combate à endogamia.
Proibir a contratação de professores formados na casa. Acabar de vez com os chamados concursos internos – que fazem da escola um agente proactivo e diligente na promoção da endogamia.
Ainda nesta matéria, não se percebe porque são normalmente escolhidos (leia-se eleitos) os professores da escola para ocupar os seus cargos de gestão executiva. Uma qualquer organização deve ir, tem de ir, à procura dos melhores para a servir. Achar que os melhores para tal missão são os professores da escola, e que a escolha por eleição é uma boa ideia, será apenas presunçoso, e um incompreensível contributo para o fechamento clientelar da escola sobre si própria.
3ª Ideia: Ousar ir buscar ao exterior pessoas absolutamente extraordinárias para as posições chave de docência, investigação, e gestão executiva.
A percepção de qualidade, a rede, a notoriedade que professores admirados e reconhecidos à escala global podem trazer, ou a ambição ao nível da qualidade de gestão, serão um aliado muito poderoso, essencial, num contexto de grande, e crescente, agressividade competitiva.
Julgo saber dos espartilhos que limitam a escola pública – constrangimentos financeiros, legais, burocráticos, etc.. Mas julgo saber também que não é impossível ultrapassá-los.
4ª Ideia: Promover massa crítica na escola e suas comunidades.
Fazer desaparecer os silos, as barreiras, entre comunidades com interesses semelhantes, próximos, complementares – comunidades que, muitas vezes, estão ali, do outro lado da rua.
A excelência não aparece do nada. Ela emerge, nasce, germina, a partir do que é comum, do que é normal. Sem o comum, o normal, em doses generosas, o excpecional dificilmente aparece.
A escola tem de se saber abrir. Ligar as suas estruturas, as suas comunidades, as suas pessoas, a tudo e a todos. Tem de proactivamente chamar os outros para ao pé de si – quiçá até desenhar estratégias para se fundir com quem lhe possa trazer massa crítica.
Coimbra tem de fazer muito, muito mais, em relação a isto. Grassa entre nós uma espécie de maniqueísmo: se não pertence à nossa tribo… não é coisa boa.
5ª Ideia: Ensaiar novas estratégias de ensino ou modelos pedagógicos – como os usados na TUMO ou na 42.
Escolher determinadas áreas, matérias, cadeiras, projectos, e fazer pilotos. Tais modelos pedagógicos deixaram já de ser um nice-to-have para passarem a ser um must-have. E não faltam, hoje, ferramentas para as escolas começarem a fazer esse caminho.
Sabemos bem que o nosso futuro, o dos nossos filhos e netos, o de todos os que virão a seguir a nós, depende do que fizermos hoje na escola – de longe a mais relevante ferramenta para construirmos um mundo melhor.
Mas será que sabemos quão imenso e urgente é o salto que temos de dar? Tenho esperança que sim.
Gonçalo Quadros
Fundador e actual Chairman da Critical Software e um dos financiadores da Coimbra Coolectiva
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